Só
fiquei triste quando o dia amanheceu pois era noite de São João. No Beco das
Sardinhas, bandeirinhas coloridas enfeitavam o nosso olhar em direção ao céu.
Luiz Gonzaga e Dominguinhos cantavam pra gente enquanto sorteavam o bingo. E as
crianças, que nos mostram a todo momento a importância de sermos pequenos,
corriam e pulavam e tentavam acertar a boca do palhaço.
Teve
maçã do amor, hambúrguer de costela, quentão, cerveja artesanal e latão; teve
coxinha de pernil, canjica, milho e quindim; teve também brigadeiro, porquinho
de quimono, pastel e brownie. Teve comida popular e gourmet. Porque o Brasil
que conheço e do qual faço parte é feito mesmo dessa mistura que o torna
singular.
E meu
Rio de Janeiro é feito de recordações das ruas onde passei. Com roda de coco e
casamento com oração rastafari, diante da diversidade a gente sorri e sente
vontade de também entrar na roda pra girar a saia. No meio da rua, a quadrilha
mostra essa nossa ébria capacidade de fazer a festa ficar bonita.
Depois
da dança das cadeiras, não podia faltar a corrida do saco, um, dois, três,
valendo, e a gente quase cai, e continua levando a vida a sorrir, que é o que
importa. Barraca do beijo, chapéu de palha e pescaria. Ouvi dizer que comeram o
melhor hambúrguer da vida ali, no Arraiá da Rua da Valinha.
Olha pra
rua, meu amor, vê como ela está linda. Entre uma e outra dança, entre uma e
outra brincadeira, a alegria deixava o mês de junho multicor como o balão que
some no céu. E depois de ver e viver tudo isso, voltei pra casa sabendo que as
noites de São João no Beco das Sardinhas marcaram a alma encantadora do Rio.
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