Depois de comemorarmos a vitória sobre a Colômbia com dois gols dos zagueiros Thiago Silva e David Luiz e lamentarmos a lesão de Neymar sem sermos patrocinados para tal, acreditamos que a paixão, a sorte ou qualquer outro fator que não fosse técnico venceria com certa dificuldade a excelente equipe alemã. Diante do telão e dos amigos, olhei o time da Alemanha chegando ao estádio e comentei que era meio impossível vê-lo perder, mas a paixão, bem se sabe, não tá nem aí pro impossível.
O problema maior não foi a falta momentânea do craque lesionado ou do zagueiro que ficou fora do jogo devido a um cartão recebido no anterior, mas, obviamente, da inexistência constante de um meio-campo bem organizado, como muitos, com exceção do treinador, perceberam. Chorei nos minutos que declaravam a eliminação e me senti ridícula por algum tempo, mas, assim como as cartas de amor de Álvaro de Campos, não seríamos torcedores se não fôssemos ridículos.
Foi difícil dormir no dia da derrota por 7x1. Foi triste acordar no dia seguinte sabendo que não era pesadelo. Mesmo com as possíveis e positivas reflexões a serem feitas depois do que aconteceu com a Seleção, o que se pode constatar é que a CBF, tanto mental quanto estruturalmente, deve continuar a mesma, porque, utilizando as palavras do narrador machadiano em Esaú e Jacó, "nada se mudaria; o regímen, sim, era possível, mas também se muda de roupa sem trocar de pele".
Seguindo o conselho de Almir Guineto e deixando de lado esse baixo-astral, deixo de lado também qualquer fator que transcenda a bola no pé para torcer na final em que o Maracanã não estará verde e amarelo. Evito critérios políticos e substituo o desejo alheio de não querer vitória européia em nosso território por admiração a Podolski e Schweinsteiger, novos adeptos do manto sagrado, e sobretudo ao primeiro, que aproveitou a Copa no Brasil para se encantar mais fora de campo do que dentro dele. Diga-se de passagem, é exatamente esse encantamento que falta a muitos brasileiros.
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