domingo, 17 de maio de 2020

Soneto da angústia


Recebo mensagens dos meus amigos
Estão cheios de angústia os nossos tempos
Inquieta nesse quarto então invento
Memórias que mascarem o perigo

Tiro do armário aquele meu pandeiro
Com saudade das rodas que frequento
Entre cervejas escrevo o lamento
Foi-se o Aldir, um ídolo brasileiro

Nesses dias cercados de agonia
Choro pelo meu país que se esvai
Jamais indiferente a alheios ais

Cada perda me lembra a tirania
Que ignora quem este vírus contrai
E ri de um Brasil que ficou pra trás